Morte Branca
Quando te senti pela vez primeira
Percebi que há muito que te precisava
Mas em nada, jamais te encontrava
E chegaste a mim de modo tão estranho
Numa noite fria, no choro da garoa
Pensei que talvez fosse só mais um
Onde teu nome pelo espaço ecoa
A buscar-te, sem ter mal nenhum
Porém depois que comigo ficaste
E senti a tua alvura, teu aroma
Tornou-se de minha vida, haste
Sem importar-me com o valor da soma
Mas hoje, já luto contra tua presença
Sei que não devo, mas com mui eloquência
Convence-me, e fico qual criança
Buscando-te, perdendo a consciência
Ai! Te sinto por entre meu corpo
Num vem e vai de sensações de vida
Por vezes ando a esmo feito morto
Buscando encontrar em ti , guarida
Meu ser se agita e se contorce inteiro
Mas sei que tudo isso um dia passa
E esse amor que não é verdadeiro
Transformar-se -á em vã desgraça
Por isso peço que de ti me esqueça
Minha alma, por conta de ti se abate
Preciso aliviar minha cabeça
Antes que tu venhas e me mate.