POEMAS PROFANOS: «Triste, a florir...»
O soneto «Nihil novum», de Florbela, diz no último terceto:
Triste, a florir, numa ansiedade vã!
Sempre da vida —o mesmo estranho mal,
E o coração— a mesma chaga aberta!
Que eu "profano" e me aplico:
Não sei se triste ou raivoso,
doente ou acautelado, olhar para ti,
Galiza em flor (ainda): Anseio dizer, mas
ignoro como dizer cantando salmos de amor
o que me dita a vida e o coração e a morte fiel...
Não sei... Talvez só valha a pena
calar e expor ao mundo a chaga aberta
das tristezas prenhes de futuros
ou de esperanças perseverantes.