Mundo Dopado

Em meio ao ópio cotidiano

De ações fajutas, de postura fingida

Um tolo brincando de gente

É pura constituição demente

Desta amarga ferida

Que penetra dos ossos o tutano

Mas, de feitos e refeitos apressados

Busca-se um acomodar da alma

Um acalmar de fera cativa

Que se mostra passiva

A qualquer afago de imunda palma

De carinhos forçados

Um turbilhão lamurioso,

Uma sombra no espírito humano

O fervilhar da incompreensão

Leva ao refúgio da devassidão

O rei que passou a seu fulano

Tendo por lixo o outrora luxuoso

A subversão, o reto viver

Hoje é o torto do torto do torto

Agonia análoga a se recolher

A um lugar que façam te cozer

E que não se chega ser morto

Nem nada se pode dizer

Mundo, vida, dádiva inestimável

Que ganhamos sem ter comprado

Qualquer bilhete que seja

Mas a vitória sem dó te almeja

E para saber se você havia ganhado

Basta achar tudo isso lastimável

Dreamer
Enviado por Dreamer em 04/03/2009
Reeditado em 04/03/2009
Código do texto: T1469337
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