Quem vê coração não vê cara

Não era dela ou dele que falava

Por quem escrevia

Porque versava

Era de seus sentimentos

De suas crenças

De suas verdades do momento

Do que era entendido

Do que lhes parecia

De como recebia

Do que lhes motivava

Era uma versão de mim modificada

Híbrida, transfigurada, influenciada

Algo novo sobre os velhos e conhecidos fatos

Fênix do que guardei no mato

Nos porões e sótãos dos meus sentidos fracos

Falei até agora atribuindo a outrem o que sempre fui

Uma montagem involuntária

Uma paisagem dividida em áreas

Que vista de longe é mais uniforme

Como se fosse importante ser vista por alguém