Ver-te do cais.
Pára o tempo do mar
Nos olhos do pescador,
Marujo atirado
Pois já é navegador.
Caravelas ao vento
Carta náutica nas mãos,
Ordens na nau
Capitão é doutor.
Febril mar maremoto
Ondas de almirante,
Peito forte
Natureza desafiante.
Recolhe velas
Brumas na proa e convés,
Marinheiros experientes no timão
Segura a direção.
Vencido o turbilhão
Mais uma história de pescador,
É de glorias conquistadas
Que um barco vira navio,
Não se fala com ironia
E nem fantasia.
No rosto as marcas
Do sol com marisias,
Sonha com a lua de prata
Na solidão do coração.
Mas não deixa de ser
Pescador, pescador de ilusões
No mar, no mar, no mar.