Cura
Aquilo da mente flui e incessantemente me alcança,
que não conduz mas influi, regresso de uma infância
A luz profliga na escuridão com a ponta de sua lança,
Os absurdos se instalam, no estomago entalho a ânsia.
Quem na fronte demonstra força maior que a minha?
É aquele que na atitude mais ordinária ainda se alinha,
Conjurando os deuses de uma ordem podre de sacerdotes,
Para alimentar esses erros repugnantes com seus dotes.
Sim, aquele que se esconde sob a mórbida lápide do infiel
Que brinda suas virtudes com taças de um intragável fel,
Que ronda pelas vielas frias a espreita de novas vítimas,
E enterra suas feras em crateras de virações marítimas.
Que abunde o seu bolso com todo roubo que lhe pertencer,
E reconheça o seu impontente posto, no fundo do seu poço,
Assim em profundo degosto deve o ser infame se enobrecer?
Antes lhe separassem a mente do corpo cortando seu pescoço.
"Em algumas pobres palavras de loucura as lavras tristes do poeta encontram cura..."