V E N D I L H Ã O

Eu andei ........... e caminhei ............. e não parei

Fui conhecer a loucura da estultice

De vidas sem vida jogadas no mar do infortúnio

Vi jovens escravizados pelo ter

E vendiam-se para possuir, sendo eles mesmos possuídos.

Conheci vários lugares

Lugares soturnos para ofuscar o brilho

De vidas no primor da mocidade

Que se vendiam para comprar coisas

....................... sim, para comprar coisas.

Então foi que vi a sensibilidade tão endurecida

E mais agreste que rochas inconcussas

Vi rostos sem rosto que brilhe futuro,

Almas cálidas de desejos, rotas de intento

Vi olhos sem vida na vida que levam em vergonha.

Eram jovens sem audácia

Seu poder já murchara e não se deram conta

O anzol os fisgou, e ao mesmo tempo, os subjugou à morte

Alguns quiçá tentem se desvencilhar da arataca que os prendem

Outros, já mortos os ideais ainda que pulsa o coração no peito.

Pais impiedosos, interesseiros...

Lançam-nos na sarjeta dos desgraçados por melhora utópica, material...

Lançam sua prole à prostituição de filosofia vã

Sem estudo, sem visão, sem nada.

Pó se fez seu viço, morrem botão em flor.

Então, a terra se torna estéril...

Não há mais rebento, nem ilusão.... morrem os sonhos!

Onde se encontram os homens de futuro deste solo?

Perdidos no labirinto dos prazeres efêmeros

Dilacerados pelas vias navegáveis das drogas e lascívia.

Soturno = sombrio, lúgrube.

Inconcusso = instável, inabalável.

Autor: Kaewan

nunespoeta@hotmail.com