O Mesmo Fruto

Vivendo por aí...

Num vestido de pano branco

Com uma vela iluminando seu caminho,

Com o brilho da lua insistindo tocar sua pele.

Com homens de olhos negros perdidos nos becos escuros

Rezando que passe ali uma bela mulher.

Formosa, de sorriso potente e sedutor

Com a mesma fome que possui

De degustar uma nova carne.

Sentindo de perto a sujeira dos lixos

Comendo do mesmo fruto

E bebendo do mesmo sangue.

Servindo em pratos limpos uma criança mal amada,

Sem nome, sem vida e sem ar.

Agora chora por culpa da dor de matar uma alma

De manchar seu lindo vestido de sangue triste.

De pensar ali mesmo na morte de seus filhos,

De cantar junto com o vento as palavras de um negro sonho

Iludido pela vida trágica e infiel.

Se levanta do chão imundo, dizendo para aqueles homens

Um feliz adeus.

Segue sua antiga estrada amaldiçoada pelo destino

Queimada viva enquanto dormia, e dizia:

Deixe-me ir, Deus verme!

Deixe-me ir.

Wenderson Hurds
Enviado por Wenderson Hurds em 16/02/2009
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