Existência

O homem, em toda sua vil magnitude,

Se apequena diante do fogo efêmero e eterno,

constante em seu olhar de ébano,

Oh, Criatura das sombras,

Se curva à aconchegante elegia,

Audível sob os edredons desfigurados

Pelo incomensurável número utilizado

E se transforma em um pensamento fatal:

- A morte, a morte!

E eu, famélico que me tornei de palavras,

Carente de ouví-las inteligentemente,

Me vejo acorrentado inutilmente às mesmas,

E até mesmo sem pronunciá-las e nem escrevê-las,

as ouço em meu momento mais íntimo;

O da solitária extrema unção.

DuSantos
Enviado por DuSantos em 12/02/2009
Reeditado em 12/02/2009
Código do texto: T1435590