ERRONEO PENSAR DE MEUS COTOVELOS
Talvez esteja mesmo
Me tornando um tanto poético
Mas como doem os machucados
Dos meus cotovelos esfolados
Causa-me estranheza
E até um certo estupor
Que a mulher a quem venero
Com tão ferrenho amor
Não encoraje meu ardor
Por este pobre tenor
Ser de uma casta inferior
Entretanto, deseja
Ela até mesmo almeja
Descer a uma inferior esfera
Sem mesmo pestanejar
De tal modo se rebaixar
A um sujeito sem classe
Parecido comigo, embora eu não ache
Para então merecer o amor
Impuro e mundano
Desse outro
Que sequer conheço
E já não vejo como seu merecedor
Mas sim seu inimigo!