A fera

Sai no fulgor lunar

Olhar paranóico,

Gestos de sonâmbulo

Quer logo voltar

Ao abismo profundo

Seu triste lar

Recolhe-se a sua toca

Com amargor e mágoa,

Dorme a fera

Sono selvagem

De infinito rancor

Rasgam-se urros!

Seus lamentos

Obscurecem a noite

Estrelas apagam-se!

O que deseja?

Deixar uma ferida profunda

N’alma do mundo!