Me perdoa...
Me perdoa se insisto em dizer que nem existo
Que sou apenas do teu pensar uma quimera
Uma coisa passageira fruto da imaginação
Ou quem sabe uma besteira inventada por uma canção
Me perdoa...
Pelas noites de amor que não vivemos
Pelos versos de paixão que só escrevemos
Pelos teus sonetos que eu li e guardei
O medo de amar me faz assim
Presa á sombra de um passado ruim
Escrava do não querer e da solidão
Me perdoa...
Pelas madrugadas em que te acordei
Em pensamentos que eu nem sei
Pela inspiração que em ti provoquei
Pelos banhos gelados sem fim
Pelas gotas de água que te abraçaram sem mim
Me perdoa...
Por não acreditar mais em ninguém
Nem em que me quer tanto bem
Por medo, por covardia ou por segredo
Por ter cicatrizes que faço coleção
Por ser doce companheira dessa escravidão
Em que eu própria me condenei.
Me perdoa...