Confissão

Dentro das letras estão contidas

Todas as confissões de uma vida

Sem sentido ou muito aberta

Entrego-me ao carrasco do leitor

Quero minha vida assim expor

Sem glória, sem medalhas, sem dó

Sou assim, um monte de letras sem fim

Nem sou gente ou sequer existo

Vivo na alma de alguém aflito

Que já nem tem o que escrever

Sou agonia, eterna e errante

E nesse peito de quase amante

Sou leoa, guerreira, vulgar

Sou comum entre todas as coisas

O feijão com arroz de qualquer lugar

Deito-me com a morte e se um dia

Ela me levar na beleza de um dia

Serei feliz, pois vivo a morte a buscar.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 31/01/2009
Código do texto: T1414609