Confissão
Dentro das letras estão contidas
Todas as confissões de uma vida
Sem sentido ou muito aberta
Entrego-me ao carrasco do leitor
Quero minha vida assim expor
Sem glória, sem medalhas, sem dó
Sou assim, um monte de letras sem fim
Nem sou gente ou sequer existo
Vivo na alma de alguém aflito
Que já nem tem o que escrever
Sou agonia, eterna e errante
E nesse peito de quase amante
Sou leoa, guerreira, vulgar
Sou comum entre todas as coisas
O feijão com arroz de qualquer lugar
Deito-me com a morte e se um dia
Ela me levar na beleza de um dia
Serei feliz, pois vivo a morte a buscar.