poeta louco

Não sei se estou vivo

seres estranhos vegetam ao meu lado

quero fumar um cigarro

mas lembrei que não tenho vício

vou é bater uma punheta

e gozar na cara do mundo

este imundo rosto de virus

que procria nas câmaras e caixas altas

Estou louco diz o Doutor

depois do Haldol e o Fenergan

viajando nas minhas veias

meu silêncio é imposto.

Meu amigo Erasmo de Roterdã

Elogie minha loucura!

rabulas das anomalias sociais defendam-me

meu psiquiatra mandou me conter

mas vou precisar tomar um copo de fogo

ja que a água não sacia meu tesão de revolta

alguem pague pelo crime que eu não cometi

por favor! sou apenas um poeta de bosta

tentando cutucar as feridas sociais.

Adilson Cardoso