DESEJO SELVAGEM






Esculpo a minha língua
Dentro da tua boa verdejante
Voraz, vorazmente...
E esse desejo que descamisa
Os meus poros, pássaro selvagem,
Pétalas que se inebriam ao encanto
Da madrugada silenciosa,
Canto o teu canto e anseio uma
Noite ardente entre as ramagens
Do teu sexo.
E esse desejo de beijar-te, devorar-te
E picar a tua plumagem com minha
Torre de pedra,
E essa vontade de desaguar o meu corpo
No teu ventre aveludado,
Fotografias, abajures, lençóis de cambraia...
E esse veneno fatal expelido do meu gozo
Que ora penetra na tua floresta delicada.

ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 29/01/2009
Código do texto: T1410618
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