Apocalíptica: A Vinda do Caos
Escutai povos de todas as terras e raças,
De toda língua, cultura ou religião...
A voz que grita o fim nos desertos e praças,
Anuncia em brados: - Eis que vem a vossa extinção!
Percebe este vento que com fúria avassaladora
Vai varrendo e urrando: "- Sumam-se todos daqui!"
Ele sopra o frio da Morte... Oh, raça predadora!
Vossa eternidade jamais será aqui!
Vejam as ondas revoltas que se erguem no mar...
As torrentes nos rios que passam com muita pressa...
Eis que o Oceano deseja este chão lavar...
Deste sangue e desta maldade que não cessa!
Sinta a indignação que em tremor a terra manifesta...
Olhe as gargantas profundas deste chão a se abrir...
Desejando engolir a todos que com mal o mundo infesta,
Querendo insistente vossa sepultura cobrir!
E logo verão a Natureza em Convocação Extraordinária,
Unindo forças para limpar a face do planeta...
Nem os poderosos da linhagem mercenária,
Comprarão com dinheiro a salvação eterna que intenta...
Os abismos receberão os Oceanos voluntariamente...
E o Mar se retirará até que o solo em seu profundo se enxugue!
O mar de Magma da terra fluirá... Vagarosamente...
E o Tornado dançará até que tudo sugue!
Pensais: "-Neste chão está a nossa raiz e somos eternos!"
O corpo humano se desgasta: ele sucumbi e nunca mais volta!
Mas a Natureza se recicla, muta, se transforma: Sempiterno!
O corpo é prisão... Mas a Natureza é sempre livre e solta!
Fechai vossos olhos... Sede cegos e apalpem na escuridão!
Finjam não ver que os seres da Terra se rebelam inconformados!
Na lei do mais fraco e do mais forte: os humanos sucumbirão!
Estejam para o fim da humanidade preparados!
E há quem diga: '- Está vida aqui... Então é algo em vão?'
A vida aqui é apenas uma passagem... Tudo aqui vos foi emprestado!
O que é eterno é vossa alma... Repito: vosso corpo é apenas prisão...
Alimentai a alma... Renove-se para da prisão ser libertado!
Destroem o planeta sem senso e sem piedade...
Do mesmo modo como uns aos outros matam todos os dias!
A Terra já teve outros habitantes, é bem verdade...
'Estas palavras são verdadeiras, mas não são minhas!'
A Terra é uma grande escola no meio de um caminho no Universo...
Até o fim da humanidade ainda há chance de redenção...
Por isso, Apocalíptica surge em prosa e verso...
Cuidai de vossa alma: todos os humanos desaparecerão!
Bem-aventurados aqueles que seguem pelo bom caminho...
Pois de onde vieram, com certeza retornaram!
Viverão numa nova terra, com novo céu: ninguém se sentirá sozinho!
Não haverá mais morte, tristeza: Eternamente regozijarão!
Perguntai agora: '- Onde estão os anjos do Apocalipse?"
Abri vossos olhos e eu os aponto sem demora...
Retirai da retina a trave que torna a visão em eclipse:
Os anjos também estão disfarçados:em árvore ou num animal mora!
Escutai: - Não haverá o fim do mundo, a Terra sobreviverá!
O que virá é o fim da caminhada da raça humana!
A Natureza apagará nossos vestígios, e seu lugar tomará...
Obedecendo a voz da Fonte Eterna de onde o Amor emana!
São Paulo, 15 de Janeiro de 2009.