BANDIDO
BANDIDO
Bandido ao falar assim,
Escapulo-me da sua maldade...
Corro sem parar por uma estrada sem fim.
É um galope sobre as pedras,
De tão veloz,
Ponho-me a levantar poeira.
Se quer ouso olhar para traz,
Se o fizer posso avistar a malvadeza.
Bruxa ruim,
Carregada de ruindade,
Quiçá pronta a cortar minha cabeça.
Continuo atônito o frenético trotar,
Sem mais nem menos me recuso parar.
Tenho medo que seu pensamento rápido alcance,
Ele é um ziguezague tonto a perseguir.
Por mais que o evito,
Percebo que ele quer me prender.
Usar talvez sete chaves,
Ou com mais uma são oito.
Me deixar trancafiado somente para as suas utilidades.
Financeiramente,
Freqüentemente se eu não estiver trancado
“Tempestadeia-se”.
Se falo um não “irrita-se-lhe”,
Se não faço “esbraveja-se-me”,
Se faço “emulesse-se-se”...
Empaca-se,
Rumina-se e dá coices a cântaros.
E eu continuo “escafedendo-me” como um bandido.
Goiânia, 09 de maio de 2005.