Praguejo os girassóis
Que a lua insone queime esta ilusão
E torne-se minha companheira
ao copo do vinho e do inverno
esses ossos carregam o peso de uma pena
e nas borboletas dos olhos
a lembrança dos medos por correr demais
cambaleante tropeço
em outro sonho estirado ao chão
a ânsia de chegar onde as palavras
não se aventuram, neste silencio
dos braços cruzados o delírio
num acaso maleando o destino
faz de mim o eu mesmo
uma pedra e orvalho meu descanso
nas paredes ásperas onde acalmo os espinhos do pé
alguns risos correndo ao léu na velocidade da gargalhada
o céu desatino de minhas retinas
do tempo que corre, corre sem cessar
uivando errante pelas narinas da alvorada
sem uma gota de lágrimas
a estrela de prata
e nesta testa carruagens brotam
atrás de sombras e vento
o inicio de tudo: a lua amante!