VIAGEM

Essa coisa que me segue...
Esse coração quase entregue,

A não sei o quê,
Esse olhar disperso ante a TV,

Essa alma leviana,
Que ama Maria, mas, deseja Ana.

Alma que ressuscita as marcas antigas,
Faz delas, grandes amigas.

Essa ausência que paira no ar,
Esse rio que corre... Mas, não chega ao mar.

Esse estranho ser – sem jeito,
Errante no caminho estreito.

Essas perguntas que pousam nas costas,
Esse eu sem respostas.

Esse retrato que me olha tristonho,
Talvez, à espera da realização de um sonho.

Esse sonho que parece tão além...
Da moldura cinzelada que me tem.

Aquela menina com os pés no chão,
A soprar bolhas de sabão.

Aquele olhar reluzente,
Coadunando com um belo sorriso; envolvente.

Vontade de me transportar para aquele mundo de fantasias,
Sem me preocupar com os atropelos dos meus dias.

De ver o céu se abrindo,
E eu naquelas bolhas - subindo,

Subindo... subindo... subindo...