AMOR QUE NÃO SE AMA

Perturba a loucura de tal amor que perdura sem mesmo se amar;

Que se permite aprisionar no submundo da ofensa e agressão;

Quem faz da covardia sua forma de expressão, sem complacência ou perdão deveria estar;

Mas há quem prefira contestar e a tal celeuma emprestar o coração!

Mulher que ama seu algoz desfila a prova do que sente sob a forma de hematoma;

Tenta ofuscar numa redoma o seu doméstico inferno entre paredes;

Pancadas para elas e outra chance para eles – patológicos sintomas;

Íntimos biomas, humilhando o valor humano por tênues filetes!

O que destroça uma família nem sempre aniquila uma paixão;

Mesmo na prisão, o amor bandido agrada o agressor pela ação de sua vítima;

Orgulho cego ou fraqueza ridícula? Gesto pequeno ou nobre compaixão?

Para a surpresa do pensar em oposição, retornam à mesma mão, tão vil e frívola!

São histórias de um amor que a razão rejeita e o ódio amaria;

Que a coletividade condenaria, porque o amor jamais avilta sua própria dignidade;

Mas a realidade possui uma face estranha, que a si mesmo contraria;

Há mulheres que odeiam quem uma flor lhe traria, e há outras que amam a mão que lhe bate!

"É mais fácil achar riqueza em bolso de mendigo que um coração bandido vazio e solitário"

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 09/01/2009
Código do texto: T1375546
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