Águas... Deságuam – Ensaio
Aqui da Represa e das Comportas
Para a musa dos sonhos que confortam
Toda hora na paixão que me entorta
Das águas contidas e roladas
Escondidas e inconfessadas
As soltas e as guardadas
Doces ou salgadas
As que caem dos meus olhos
E deixam minha face molhada
São as que rolam por ti amada
O tanto que vivi ou ainda vou viver
O que importa é abrir minhas comportas
E soltar tudo que contive e escondi atrás da porta
Devolvendo à sua dona este amor que me assola
Nem que para isso tenha que aprender a tocar viola
Enquanto ainda não sei... Faço verso e faço prosa
Na esperança que meu bem, um dia ou mês que vem
Exploda a sua represa ou abra também suas comportas
E mande pra mim, beijos, abraços, dengos sem fim
Porque já não vivo, nem sobrevivo sem esse bem
Sem o carinho, sem o sorriso, sem o jeitinho
Desse eterno amor que guardo no peito
Jorra nas veias, acende as centelhas
Passeia na beira dos precipícios
Represo e prezo na lágrima e no riso
E mando aqui pra ti no esboço desses versos
À espera doutros teus acenos sensuais e sinceros
Para cobrir de alegria e poesia o meu dia
Porque só você me encanta e desperta fantasias
Com todo o louco incontido amor do teu feliz aprendiz
Hildebrando Menezes