A Pressa
Joguei tudo para a fora no mesmo dia e na mesma hora.
Desliguei o rádio e pouco importava que música tocava,
pois, nada mais me interessava do que ouvia
Quem eu mais mais esperava não sabia por onde andava
justo naquele santo dia.
Lembrei do seu rosto que era do meu gosto que muito acariciei.
Seu batom vermelho que na frente do espelho em sua boca lambuzei.
Ficou um pouco aflita e comigo esquisita mas logo eu a acalmei.
Tudo isso eu lembrava porque ela não estava e a porta eu chutava
nada escapava e o meu sangue ferveu.
Olhava para a vidraça tive vontade de aprontar uma arruaça
só que uma força estranha me convenceu.
Tirei a toalha da mesa que estava enfeitada.
As taças cristalinas que pareciam duas meninas
passei logo para as gavetas, pois, não iria mais precisar.
Conversava comigo mesmo:
-Onde será que ela se foi sem se quer me avisar?
Não perdoei nem as cadeiras que em plena segunda feira
eu mandei envernizar.
Danifiquei as suas pernas e até os acentos para poder me acalmar.
Esse meu tormento não sabia de onde vinha e não podia me controlar.
O velho relógio de parede preciso até no segundo
olhava bem tranquilo e entendia tudo aquilo
que era comum com as pessoas desse mundo.
Deu as doze badaladas e passava para o outro dia.
A porta foi se abrindo onde fiquei assustado.
Pensei que o lugar era mal assombrado e rezei a Ave Maria.
Sorrindo porta à dentro ela entrou e foi dizendo:
-Tenha paciência nunca estregue o cenário que está feito.
Tenha sempre confiança e não chore como criança por um futuro
que voce pensa que está desfeito.
Disse-me essas palavras que eu nunca esperava.
Nada pude responder.
Apenas tomei-a em meus braços e deixamos o tempo correr.