CALA-TE!

CALA-TE:

Porque agora eu vou falar!

CALA-TE:

Porque tua voz soa como uma “tortura chinesa” para meus tímpanos!

CALA-TE:

Porque falaste pouco o que deverias e rasgaste o verbo para ferir e depreciar!

CALA-TE:

Porque tua “boca fala daquilo que teu coração está cheio”! E o teu coração é um poço fundo de recalques e amarguras!

CALA-TE:

Porque teu tempo esgotou-se e tu nem pecebeste!

CALA-TE:

Porque meu tempo é agora! O “agora” no qual tu nunca creste!…

CALA-TE:

Recolhe-te ao silêncio da tua insignificância, pois se não sabes, com a língua edificar, para que falar? Então cala-te!

CALA-TE! BASTA!

Que se cale até o teu silêncio, o teu olhar, a tua presença! Quiçá a tua mudez seja mais eloqüente?!

CALA-TE:

Cala-te num silêncio sepulcral: junta-te aos teus iguais!

CALA-TE:

Para a minha sobrevivência!
Andreia Jacomelli
Enviado por Andreia Jacomelli em 31/12/2008
Código do texto: T1361599
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