Impróprios lábios
Tento esmagar,
Esta vontade insana de me trair,
Preservando assim meu doce amor,
Junto a mim feito em um,
Um corpo desejoso de intensas paixões,
Como viagens de bateis por mares caudalosos,
Num naufrágio de sentimentos.
Devo morrer esta vontade,
Desnecessário,
Sendo mais necessário, a morte amiga,
A dor de perdê-la,
Em um mundo turvo que me faz sofrer.
Confuso por querermos,
Sátiro e voluptuoso por natureza.
Que nos dispõem mil e um meios
Para alçar vôo por céus majestosos
Pousando em jardins de delicias,
Comendo e bebendo com as ninfas
Na alcova das mais formosas bacantes.
Mas, vejo que morre;
Nestes sonhos medrosos,
No possível afago de impróprios lábios.