Deserta

O que esperar se meus momentos estão passando

Pra quem dou meus versos?

As minhas horas estão voando

E nem sei se estou aqui

A única coisa que escapa é a vontade de escrever

De tantos mundos que existem

Em qual encontro você?

Estou só na multidão

Faço festa pra minha ausência

Já inventaram um novo espaço

Qual a fórmula da ciência?

De que me vale ser tão rica

Ninguém quer lágrimas sentidas

Pobres lágrimas férteis e coloridas

Tenho um monte de lamentos

Tanta riqueza escondida

No porão dos sentimentos

Vou plantar minhas memórias

Fazer uma tela bem borrada

Navegar na correnteza

Do passado de uma estrada

Sem norte ou sul

Me encontro com o tempo

Aquele que não espera

Nem se mata com zagaia

Me diz poeta, me diz

Te escondes em que praia?

Vou morrer sem ter nascido

Sem conhecer minha vontade

E com um grito reprimido

Vou cantar a minha dor

Não amo quem me ama

Quem eu amo?? Quem sou??

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 17/12/2008
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