O EU E O NADA
Observo o nada, - não o estou vendo,
E porquê mesmo assim fico impulsiva?
A vagar no infinito sem vê-lo, e entretanto,
Em busca de um auxilio ou uma despedida.
E neste nada o encontro, - meu Eu a observar,
tantas maneiras de viver no firmamento
Quando só se passa, sem precisar retornar,
Ou, retornas ao nada pra tentar se encontrar.
Não é que estejas obscura , mais em pensamentos,
Reflete o sentido de estar ali a cada momento
Basta um pequeno alerta pra acordar
Desse sonho impossível de querer só sonhar.
Direis a mim mesma que tudo continuas
Ficar parada incomoda a consciência
Deparar com a vida sem nenhum atrativo
Pra que acordar desse nada perdido.
Fazer parte desse nada é um tormento
Reage a natureza por não acreditar,
Que o tudo é o nada quando se conforma
E o nada é o tudo quando desconfia.
Pois o nada não tem cor, beleza, lucidez.
Acontece no acaso nas entranhas que se fez
Aproveita o estado ao qual se apresenta
E vive parasitando sem nenhuma deficiência.
Acostuma –se quem o percebe, na alma a lamentar
Fingimento aparente nem dá pra se notar
Por ser nada, és vazio só quem o Vê é que o sente,
Perde-se o tempo a olhar o nada existente.