O EU E O NADA

Observo o nada, - não o estou vendo,

E porquê mesmo assim fico impulsiva?

A vagar no infinito sem vê-lo, e entretanto,

Em busca de um auxilio ou uma despedida.

E neste nada o encontro, - meu Eu a observar,

tantas maneiras de viver no firmamento

Quando só se passa, sem precisar retornar,

Ou, retornas ao nada pra tentar se encontrar.

Não é que estejas obscura , mais em pensamentos,

Reflete o sentido de estar ali a cada momento

Basta um pequeno alerta pra acordar

Desse sonho impossível de querer só sonhar.

Direis a mim mesma que tudo continuas

Ficar parada incomoda a consciência

Deparar com a vida sem nenhum atrativo

Pra que acordar desse nada perdido.

Fazer parte desse nada é um tormento

Reage a natureza por não acreditar,

Que o tudo é o nada quando se conforma

E o nada é o tudo quando desconfia.

Pois o nada não tem cor, beleza, lucidez.

Acontece no acaso nas entranhas que se fez

Aproveita o estado ao qual se apresenta

E vive parasitando sem nenhuma deficiência.

Acostuma –se quem o percebe, na alma a lamentar

Fingimento aparente nem dá pra se notar

Por ser nada, és vazio só quem o Vê é que o sente,

Perde-se o tempo a olhar o nada existente.

Morgana Rosa
Enviado por Morgana Rosa em 19/11/2004
Reeditado em 15/07/2008
Código do texto: T134
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2004. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.