A Menina na Estrada que Chorou Ouro

A menina chorou ouro

Olhando para o céus.

Um pássaro canta do

muro sabendo que suas

músicas sempre agradam os

grilos que dormem fatigados

de uma noite de maravilhosa

boêmia.

Espíritos vem do leste

chorar por ela entre as

árvores como o farfalhar

de folhas.

Sua alma vê o manto púrpura

que cai e começa a lhe desvendar.

Como uma rainha da primavera dourada,

faz dos espantos uma trilha.

Sua cabeça se guia pelo que sabe,

e o que não sabe, é para ela

um sopro benfazejo que lhe

atinge os cabelos ondulados e ensolarados.

Caminhando na estrada,

de tarde, suja e maltrapilha.

Sentindo em ordem ainda não

definida, a narina e a busseta

a doerem.

O pó e o pau comeram

naquela noite nua.

Sem sentir que seu coração

podia explodir, que era sozinha

e rolava como uma pedra pela vida.

Ansiando pela escuridão,

para chorar como uma criança

até dormir.

Pois seu cérebro arde no

silêncio das estradas.

Onde pedregulhos disseminados

pelos campos a observam,

lhe trazendo junto com sol

um profundo mal-estar.

Mas seus cabelos de sol

ainda brilham silênciosos

como a gema de ouro.

Felipe Duque
Enviado por Felipe Duque em 15/12/2008
Código do texto: T1337065
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