Vida Descabida
Deitei para dormir e acordar cedo...
Após uma hora e quinze minutos exatos, desperto...
Alguma coisa maior que eu, me controla, é certo...
E em vez de benções, é poesia que recebo...
Não se enganem com a bela fotografia...
Nem sou tão bonita assim...
O tempo é impiedoso e também passa pra mim...
Fotos são instantes congelados para a nostalgia...
Sou completamente louca e diferente...
Nunca conhecerão algo como eu...
Sou um ser estranho que de casa se perdeu...
No meu modo de vida isso é bem evidente...
Enquanto todos seguiram escravos do dinheiro...
Eu juntava tesouros no céu...
Fui deixando esta minha vida ao léu...
O Reino dos Céus vinha primeiro...
Minha realidade é insana e constituída...
Das coisas que ninguém quer ver ou sentir...
Sobre outros mundos vivo a ouvir...
E já fui considerada possuída...
O que é normalidade para o mundo...
Pra mim é puramente fútil...
A ambição desta realidade é inútil...
Aqui tudo é raso... Nada é profundo...
Eu vejo e sinto coisas invisíveis...
Que a maioria não se permite ver...
A sutileza, o detalhe, eu posso perceber...
Na concepção humana são impossíveis...
Há fios em meus membros amarrados...
Que me guiam para os caminhos que não quero seguir...
Se eu me esforço e tento resistir...
Entre caminhos e fios...Embaralhados...
Hoje gritei alto: '- Não vou mais escrever!'
Não sou ninguém e nada tenho para dar...
Cansei de nas dores ter um canto, ao invés de chorar...
Se não escrevo, morro... Mas morrendo vou viver!
São Paulo, 10 de Dezembro de 2008, 01:50