IDÉIAS VERDES VOAM FURIOSAMENTE
Em são juízo, podia-se revelar
Que suas idéias verdes flutuavam furiosamente
Vagas pela extensão do universo tempestuoso,
Tornando-se envolventes aos nobres cometas
Impulsionados por imprudências azuis,
De um compreensível gesto impetuoso
Que em escárnio se esbaldava de um riso
Debochado, gozado e aveludado.
Seu espírito perspicaz e selvagem
Fazia-se reluzir sorrateiramente nos olhos
Um desejo profano de volúpia acinzentada,
Explicitava então, sua causa flutuante, vadia
Impertinente ao se lançar pelos ares almofadados,
Levando-nos a empalidecer pelas palpitantes
E impulsivas violências de nossos instintos delgados.
Cada palavra era-lhe arrancada com bruto esforço
Transformando seus volumosos lábios em labaredas incontroláveis
A cuspir elogios carentes de afeições insanas;
Sendo carregados pelo obsceno despautério que o vento demonstrava,
Sua transcendência abstrata retratava nossa oportuna união
Resignada nas impurezas das carnes calamitosas de prazeres irredutíveis.
E isenta como ela só se sabia fazer em egoísmos concretos;
Tornava-se cada vez mais inefável em prantear-se
De emoções súditas de seu flagelo incontrolável,
Encanando-se por tão frágeis divinais sons coloridos
Simplesmente porque aprendera a gargalhar de alegria
Tornando-se mais flutuante que suas inúteis idéias verdes,
Que ainda pairavam em algum lugar bem alto a flutuar
Apenas deixava-se perder como uma pipa na imensidão vazia do infinito.
A espera uma aparição mais soberba que seu ego reluzente
Para torná-la uma idéia novamente pura, mais lilás,
Flutuando furiosamente na cabeça de um bom pensador,
Para que ela nunca consiga adormecer na estrada da perdição absoluta,
Transcrevendo o real sentido de flutuar verde, azul, cinza e lilás;
Na cor que há de se encantar, pela livre plenitude de um voar engatilhado;
Num desejo simplesmente de encontrar uma companhia pra conversar
Sobre suas idéias verdes que nunca deixarão de flutuar furiosamente.