O MUNDO VIRTUAL DO VÍCIO
Olha este coitado que o escultor detalha:
Tem por corrente o vício em seu corpo atado,
E por fanal, sua sombra.
Não é real em si na sua imagem.
Vive na projeção de suas alucinações,
Em um mundo platônico, cujas fantasias
São as razões que o estruturam e o guiam
Por mundos virtuais.
Da arte esculpida não se vê
Os grilhões que o prendem em não sei quê,
Nem a pedra incandescente;
É desta que a luz falsa se emana
E do homem faz a estátua que engana
A todos que o vêem.
( Para entender o poema deve-se ler o Mito das Cavernas de Platão)