Gamboa é uma boa!
Fui pescar siri no Rio Jacuípe
Usei a bicicleta e não o meu Jipe
E lá conheci o casal Leila e Luiz
E a Raimunda me deixou foi feliz
Com as moquecas dos nossos pescados
E aquele papo descontraído e bem animado
Regado a umas deliciosas geladinhas
Passei um dia de amizade pura e sadia
Eles me convidaram à praia Morro de São Paulo
Para onde vou agora ao Povoado de Gamboa
Pelo que eu soube o lugar é lindo e uma boa
Com o mar batendo na janela como fosse à proa
E já imagino a farra ao acordar e se espreguiçar
Com as ondas de um mar de areia bem branca
O sol na testa fazendo festa entrando pelas frestas
Aquece ainda mais a nossa cama e nos chama
Soube que tem uma nativa índia que é fogo
Que samba e rebola as ancas que dá gosto
Então já imagino a rede balançando festeira
E a gente brincando e se embalando sem besteira
Pensando nisso aliso a minha prancha e a esteira
E lambo os beiços sonhando com as comilanças
Os forrós só com a viola e as morenas intensas
O dia inteiro de short curtindo a vida adoidada
Isso tudo me faz água na boca e sonho acordado
Com peixe fresco e Beiju de Tapioca com cocada
O caju amarelo ou vermelho na cajuroska congelada
E na cama só eu e ela e euela no maior dos enroscos
Affê Maria! Coisa de louco. Deixa-me arrumar logo a sacola
Que o barco já apita lá fora e ouço a algazarra
Tudo isso inebria, me atiça, fascina e domina
Na volta eu conto depois procês à farra que foi...
Hildebrando Menezes