ABISMO
Se todos encerram em si algum abismo
Desencadeando por vezes desarmonia
Pode ser vício, desvairo ou sincretismo
Pode ser algum defeito feito de egoísmo
Todos somos donos de abismos infinitos
Que ao nos aprisionarem viramos reféns
Devemos sabe, pois qual o nosso abismo
Para vivermos sem cometermos delitos
Meu abismo fez-se simbólico e místico
Conheço-o, mas está deveras escondido
Não o oculto de mim mesma nem o olvido
É um segredo azul do qual eu não desisto
Ele produz alento, ânimo e me faz sonhar
Quando findar meu abismo, eu desapareço
Vivo por ele e nem em sonhos eu o esqueço
E é o meu fim, o meu meio e o meu começo