No ermo da tristeza
Hoje eu não estou para ninguém!
Não quero escrever rimas,
Não quero alegrias.
Minhas melâncolias são cantadas em músicas românticas,
São flores murchas, previsões que me levam a lugar algum.
Tempestades são lágrimas que em desordem saem de meus olhos.
Trovões são os soluços que saem de meu coração.
Vejo na estrada do destino, acidentes, pistas escorregadias,
Barrancos, precipícios, abismos que me chamam.
Não ouço mais o bem-te-vi cantar,
Perco minhas forças ao som dos corvos.
Que pousam sobre a árvore da vida, que antes era verde.
Agora morta tem suas folhas pálidas e
Secas que aos poucos caem no chão.
Meu olhar já não é tão alvo,
Minhas esperanças foram derrotadas,
Pela espada do abandono.
Não tenho nem o consolo de vultos,
A cegueira do horror me domou de tal maneira,
Que ela fundiu-se em minh’alma.
Agora vivo nos cantos,
E a única companhia que tenho,
São as trevas da solidão.
Que me invadem,
Dando um beijo de adeus.