O Riso do Mendigo

(em construção)

Agora já não choro.

Não derramo lágrimas melosas.

Fico por aqui, jogado, olhando o mundo.

Não mais faço poemas chorosos e melancólicos.

Limpei a bunda com todas aquelas páginas inúteis, impregnadas de auto-piedade.

Quando eu ainda limpava a bunda.

Quando eu ainda queria ser gente.

Não me importa...

Vejo as pessoas, os bichos, as coisas todas como elas são

nuas cruas ruas luas suas duas três quatro e a puta que pariu

Vejo como posso ver com estes olhos míopes e cansados

mas secos

Entendo (?) do jeito que minha cachola cisma.

Nada quero além de alguma cachaça anestésica e uma sobra qualquer de comida quando o estômago dói demais.

Não fiz nada de minha vida e estou me lixando prá isso.

Arrependimentos tenho aos montes

do que fiz e o que não fiz.

Mas não invejo ninguém

nem acho que sejam melhores que eu.

A vida é o que é, o mundo gira, a terra roda e cada um, cada um.

Por vezes acho engraçado

ridículo

rizível

patético

gozado

rá rá rá rá

hehehe

hihi

Os outros me olham de lado

se olham

Não significo mais que um monte de estrume

desviam seu caminho para evitar o encontro desagradável

este molambo miserável, fétido e andrajoso

TeSeu
Enviado por TeSeu em 05/11/2008
Reeditado em 06/11/2008
Código do texto: T1268160