Rainha da arrogância
Rainha da arrogância
Há tempos passados era jovem e rica.
De formosura incontestável.
De arrogância explicita e ar soberano.
Movida pelo certo, e presa pelo engano.
Manipulava quem a queria e quem lhe
queria bem.
Treinava tiro ao alvo.
E se sentia zem.
De loucura aparente picava aos poucos
com seu veneno de serpente.
Não aceitava as limitações e nem o
decompor da idade.
Travestida do poder e vestida de
vaidade.
Conquistava, devastava e matava corações.
Amava, odiava e aniquilava paixões.
Seu brilho no olhar era constante.
Seu brilho no colar era de diamante.
Sabia ser rainha.
Sabia ser amante.
Mas teve uma morte suspeita.
Seus súditos ainda não aceitam.
A cerimônia da sua morte teve toda pompa
permitida, tão bonito seu funeral quanto sua
vida.
Tomara que sua beleza imaculada brote
flores perfumadas.
Que de lá do limbo azul volte e soprem suas
cinzas para que o nada crie asas.
E não deixe resquícios de confusão.
E não volte a deixar mais vestígio do
pó da ilusão.
O NOVO POETA.(W.Marques).