ESFINGE
Nenhum vento esfria a pele lisa
pétrea, desumana
da esfinge
No olhar fixo a distância
do universo
ela cala todas as idades
e tudo é silêncio
nela
longe os dias em que frente
à sua companheira espelho
guardavam o equilíbrio do mundo
Hoje sozinha carrega nas costas
todas as dimensões
das cousas
e apaga, hierática, paixões e desejos
sabedorias e planos
Ela respira só
e nem isso
quieta
procura
não sentir