Os dias
Por que longe se quer tanto quando perto há desencanto?
Por que essa charada-estigma tipicamente atípica
Sabota, boicota, desbota, mantém o paradigma?
De que loucuras são feitas as instabilidades da emoção?
Por que, se o ânimo aprova e o pacto se renova,
Quase invariavelmente, retorna a frustração?
De que é feito o equilíbrio desequilibrado
Neste novo retornado e discreto denso estar?
Será de um jogo não regrado de cartas para se marcar?
De pesos e medidas de elementos não palpáveis?
De sentimentos como anjos sem asas que as sente arqueadas?
De auroras boreais em preto e branco sonhadas?
Fecham-se e abrem-se cíclicos ciclos
Sem se adivinhar se o próximo segundo existirá mais rico
Ou se um novo caos se repetirá em inédito vício