METAMORFOSE

O sol levanta silencioso...

Rei, imponente, poderoso...

Quente!

Pontualíssimo...

Age indiferente.

Esconde-se logo após o ritual do dia.

Vem à noite numa expressão fria...

Trás a lua com seu olhar comovente me expia...

E nada diz...

Só me hipnotiza!

Como atrai a todos os poetas românticos,

ao seu encanto.

O encanto da lua...

Alvos, insinuantes raios delineiam curvas,

e a beleza da mulher nua...

Exterioriza sentimentos de desejos de paixão,

inspirados nessa fantasiosa ilusão.

Nessa hora, diante dessa inspiração...

Me revelo um ser irreal.

Creias!

Me revisto, de sonhos, fantasias, e faceirices.

Te induzo que suponhas...

Que eu seja mulher fatal.

É nessa hora...

cuja imaginação flutua, numa busca alucinante

de preencher algo inexistente, ou já existente...

Sem tempo, negando-me oportunamente de evidenciá-lo.

Como se outra existência me incorporasse...

O meu ser metamorfoseia.

Insana, me exponho...

Convicta de intensa e completa felicidade,

louvo sem culpa o pecado de amar livremente.

Assim, cicatriza feridas existentes.