Em Excluídos o autor, que é poeta, compositor e musicista despe-se do lirismo, das pautas, claves e acordes.
Coloca os pés no chão.
Encara e escancara a realidade.
Expõe ferida e chagas sociais na crença firme que somente a reflexão poderá mudar consciências.
Crê firmemente no poder das artes para
contribuir nesse processo.
É sim possível um “novo e melhor tempo”.
Que possamos sempre promover, em qualquer esfera, inclusões sociais.
Boa leitura!
ABISMOS
Sou restos de luz intermitente e fosca,
num corredor solitário e frio.
Clasura precária e tosca,
distante, efêmero, fugidío...
A "normalidade" humana rejeita.
Aliás, perdão, até aceita.
Mas julga, condena, setencia:
- É a natureza imperfeita!
- Um demente, uma aberração, um desvio...
Paciente de interminável agonia!
É um poema incompleto.
Rimas áridas, desertos,
equilíbrios doentios.
É gemidos e gritos,
risos, lágrimas, abismos e vazios,
É vírgula, reticência,
tentativas de curas,
decências...
Uma ameaça? Um desafio?
O que separa o cárcere da liberdade,
o normal da insanidade
é um detalhe mais que sutil.
Não são muros,
nem drogras, nem grades
é tão somente um delicado fio.
Um sol que agoniza
num eclipse secular.
Estrela que já não brilha,
sem norte, sem bússola, sem mar...
Uma sombra a murmurar:
- E se fosse um filho, um irmão, um amigo?
- Se fosse sua mãe, o avô ou seu pai?
Um guerreiro sem armaduras
nos duelos com a existência.
É verso, reverso, demência
é o ser ou não ser da criatura.
É tempestades, protestos,
impaciências, rebeldias.
Violências, traumas, fobias.
Depressões, apatias...
Psicoses, esquizofrenias
que só a mão do amor consola
alivia, sem esmolas, mas não cala:
- O seu maluco! Louco varrido!
Que ouve doido e doído,
até do silêncio todo santo dia!
Coloca os pés no chão.
Encara e escancara a realidade.
Expõe ferida e chagas sociais na crença firme que somente a reflexão poderá mudar consciências.
Crê firmemente no poder das artes para
contribuir nesse processo.
É sim possível um “novo e melhor tempo”.
Que possamos sempre promover, em qualquer esfera, inclusões sociais.
Boa leitura!
ABISMOS
Sou restos de luz intermitente e fosca,
num corredor solitário e frio.
Clasura precária e tosca,
distante, efêmero, fugidío...
A "normalidade" humana rejeita.
Aliás, perdão, até aceita.
Mas julga, condena, setencia:
- É a natureza imperfeita!
- Um demente, uma aberração, um desvio...
Paciente de interminável agonia!
É um poema incompleto.
Rimas áridas, desertos,
equilíbrios doentios.
É gemidos e gritos,
risos, lágrimas, abismos e vazios,
É vírgula, reticência,
tentativas de curas,
decências...
Uma ameaça? Um desafio?
O que separa o cárcere da liberdade,
o normal da insanidade
é um detalhe mais que sutil.
Não são muros,
nem drogras, nem grades
é tão somente um delicado fio.
Um sol que agoniza
num eclipse secular.
Estrela que já não brilha,
sem norte, sem bússola, sem mar...
Uma sombra a murmurar:
- E se fosse um filho, um irmão, um amigo?
- Se fosse sua mãe, o avô ou seu pai?
Um guerreiro sem armaduras
nos duelos com a existência.
É verso, reverso, demência
é o ser ou não ser da criatura.
É tempestades, protestos,
impaciências, rebeldias.
Violências, traumas, fobias.
Depressões, apatias...
Psicoses, esquizofrenias
que só a mão do amor consola
alivia, sem esmolas, mas não cala:
- O seu maluco! Louco varrido!
Que ouve doido e doído,
até do silêncio todo santo dia!