O ÚLTIMO SUSPIRO

Sou um pássaro ferido,

Pela flecha do cupido abatido,

Em pleno vôo, sem nenhum sentido,

Nada é mais cruento e desmedido.

Já ofegante estou,

As forças me faltam, agonizo

Minha alma, encomendo, a seu juízo

Senhor, diga-Me afinal ,

O que sou ?

Qual o meu papel aqui no virtual?

Ser no holocausto do amor, imolado,

Ter o meu corpo esfacelado?

Ser o mártir, da nova era cibernética,

Que desdita mais patética.....

Ficarei, entre meus pares,

Percorrerei terras, atravessarei mares,

"Nunca dantes navegados".

Alguns jamais sonhados.....

Camões, clamo aos quatro ventos,

Tenha piedade do meu tormento...

Empresta-me um pouco de tua inspiração

Que possa eu escravo da sedução,

Conduzir a nau da minha vida,

A um porto seguro,

Sem que ela seja consumida

Pelo infortúnio. E te juro,

Escreverei com todo meu sentimento

E mais não farei, em pensamentos,

Do que reviver alguns momentos,

Antes que se esvaia de mim

O último suspiro da paixão

Quando, então, sepultarei meu coração.

Marco Orsi