ANTES O MEU SILÊNCIO

Calei-me! Atordoada no tempo.

Enquanto ouço gritos...

Silenciei o meu momento.

No cansaço, sob o tédio da inoperância e da insensatez alheias...

Calo.

Reflexivas, torno as horas que diante de mim desfilam...

Ansiando nova panorâmica discursiva.

Ouço! Só o eco do meu clamor interno.

Rinjo os dentes nessa premissa de inferno.

Traços de suaves personagens que antes me cercavam...

Já não representam mais com tanta altivez.

Cedendo espaço a alguns endemoninhados.

A radicalizar-me com mudez.

Contrariando a tudo que penso e a tudo

Que falo...

A minha frágil alma ao invés de gritos, demônios às soltas...

Imploram que me cale.

Instintivamente obedeço.

Sou mais no silencio ouvir a minha alma...

Achar-me consecutivamente calma.

O regresso ao início da peça que a qual representava.