SE EU NEM SOU EU...

Eu não sou o que falo,

Não sou o que penso,

Não sou o que digo!

Não sou o que sinto,

Não sou o que sigo.

Não sou o que grito.

Se eu nem sou eu...

É porque inexisto!

Sou mera miragem...

Refém da saudade

Do que nunca fui.

Sequer sou verdade.

Nem realidade!

Quiçá...alguma bobagem...

Sou afã de poesia...

E nem sou fantasia,

Quem dera...Maria!

Sou quase um espaço,

Vazio de mensagem...

A de mim se ocultar!

Escondo a face.

Sou pura ansiedade,

A me torturar.

De dia enlouqueço

De noite adormeço!

Já nem sei sonhar.

Procuro meu ego...

Eu mesma me alerto:

Só sou ré ...confesso.

Eu não sou da vida!

Dessa eterna ferida

A me castigar...

Se eu fosse criança

Faria aliança,

Para continuar.

Então fugiria

Para aonde a poesia

Pudesse me salvar...