PARA ONDE IR?

Alguém me olha – distante,
Me olha meio sem jeito – quem?
Palavras me são lançadas,
Indecifráveis – desgovernadas,
Alguém além das alturas,
Parece me incitar à loucura,
Sutil encantamento,
Alguém assobia...
Na companhia do vento,
Faz meu corpo tremer,
Sair isento, correr?
Mas, para onde ir...?
Alguém está sempre presente,
Crescente – pelo sim ou pelo não,
“Pelo vinho ou pelo pão”,
Dono da situação,
Afã de me seduzir,
Não há como fugir,
Há um alguém em toda parte.
Com heroísmo ou arte,
Tento resistir,
Desfazer o inverno passado,
Lançar-me à vida com um absoluto brado.
Espalharei essa dor,
Antes do sol se pôr?
Não sei dizer.