Buraco negro

Oh! Enigma do universo...

De força irresistivelmente negra

De voracidade impensável

Será que absorvestes também a luz das cabeças?

Que até o instinto da auto preservação usurpasses?

Que na tua fome crescente infinitamente

à precaução dos homens aniquilasses?

Que propósito tens para tão junto manterdes a tudo que te avizinha?

O que escondes na escuridão?

Que fazes com a luz que aprisionas no teu ninho

Tão rápida, mas vítima de tão ardiloso redemoinho?

Buraco é que não és

Quem sabe, um funil multilateral sem bordas...

Um atoleiro fatal sem de nada ter misericórdia...

Uma síntese do caos,

Um inferno das hordas...

Desmancha-te antes de existires

Que não estejas presente entre tantos outros que virem

Que nenhuma brevidade te enseje alguma vida

Antagônica figura na imaginação surgida

Já basta saber de ti

Não precisamos de provas