Hoje, eu

Hoje, eu

Me desautorizo em mim mesma,

quanta redundância pra explicar

ou tentar explicar

o que ocorre no moinho de vento

espetacular que rebusca o âmago,

verso alucinógeno, solar,

psicodélico, novo e velho

a arfar o peito,

carne nova, carne fresca,

ânsia de ceder a vontade,

pensamento de controlar a necessidade,

flui da boca a palavra louca

que rasga a garganta rouca

e de maneira brusca,

busca a mediocridade da melancólica

rusga,

absurdo cedendo tresloucados gestos,

palabilidade acre desgastando

lembranças de outrora,

nuvens da infância e insanidades juvenis,

pueris, olhos, medos, modos,

lua que sibila a retina

e transfigura surrealmente

o breu que cerceia o cosmos sideral,

assim me encontro eu,

meio anormal.

Sandra Vaz de Faria
Enviado por Sandra Vaz de Faria em 03/09/2008
Código do texto: T1159217
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