Hoje, eu
Hoje, eu
Me desautorizo em mim mesma,
quanta redundância pra explicar
ou tentar explicar
o que ocorre no moinho de vento
espetacular que rebusca o âmago,
verso alucinógeno, solar,
psicodélico, novo e velho
a arfar o peito,
carne nova, carne fresca,
ânsia de ceder a vontade,
pensamento de controlar a necessidade,
flui da boca a palavra louca
que rasga a garganta rouca
e de maneira brusca,
busca a mediocridade da melancólica
rusga,
absurdo cedendo tresloucados gestos,
palabilidade acre desgastando
lembranças de outrora,
nuvens da infância e insanidades juvenis,
pueris, olhos, medos, modos,
lua que sibila a retina
e transfigura surrealmente
o breu que cerceia o cosmos sideral,
assim me encontro eu,
meio anormal.