Caótica
A cama projetada, o espaço percorrido
e já não pertenço mais a este corpo
que pereceu. Feneceu diante do descaso.
As águas das chuvas
não levaram a podridão embora.
Exalou-se um ar fétido,
as paredes lacrimejaram acres e desgastes
mundanos.
Cores rochosas cativando no seio o brilho do sol.
Loucuras, estranhuras e rachaduras
rasgando a habilidade de permanecer
imóvel e estática diante da profusão
de absurdos.
E a faxina degustada, desgasta o pó que cobre a
mão,
que cobre o rosto, que cobre o desgosto.
Olhar no espelho um misto de exclamação.
Soerguer o corpo do chão
e brandamente bradar pro mundo
um pedaço do imundo que sobrou da
contramão.
Invenção do disse-me-disse
procurando a compaixão.
O colchão ensopado da triste
imperfeição.
O lençol estagnado
procurando cobrir a escuridão.