Não Dádivas, Mas Adoro
Escrevi, então, outro poema a ti
Sou venerado por cousa tão só
Não sabes que dádivas diretas a mim
Me sufocam, tal qual, na garvanta, um nó?
Poderei lhe escrever, se convir
Tantos mil minha mão aguentar
Peço-lhe que apenas leia, que até sorrir
Silenciosa, teu sorriso me presenteará.
Pôr-me-ia por mil e duas noites mais
A dizer-te o que menos gosto de assumir:
Pescado, às tuas ordens, jamais
Esquecer de desejar-te antes de dormir.
Só saibas, tardiamente, mas saibas agora
Que dádivas me corroem, me devoram
Mas teu sorriso, teus olhos, silenciosos
São parte de meus momentos mais zelosos.