Sem rumo, digo, sem rima...

Não vou usar o termo:

“a saúde no Brasil”

Nem sequer lembrar o:

“o serviço público precisa”

Não abusarei da expressão:

“eles não fazem nada para mudar isso!”

Nem escreverei a infame e significativa palavra:

“sucateamento”

Não atribuirei culpa usando da acusação:

“isso não dá voto”

Nem contribuirei com coro nenhum dizendo:

“nenhum deles se importa com a população sem recursos”

Declinarei da ótica de quem diz:

“... é só retórica”

Muito menos apelarei para a frase:

“este imposto foi criado para resolver isso”

Adquiri ojeriza à referência:

“na Inglaterra o serviço público é melhor que o privado”

Resolvi jamais falar:

“as emergências das grandes cidades são um descalabro”

Muito menos, me referirei aos serviços privados com o jargão:

“isso é abuso de preços” (em se tratando das cauções).

Não cederei à tentação de mencionar a fatídica palavra:

“caos” ao referir-me a saúde pública

Nem sou daqueles que fazem ironias...

...porque essa gente merece apenas a verdade!

Eximirei-me de acusações sem fundamento como:

“Nunca os políticos resolverão o problema da saúde pública do país”

Por isso me calo.