ÚLTIMO VENTO
Insana música.
Cada vez que descubro teus acordes
de lata, estremecendo as flores,
ainda tenho vergonha de mim.
Teus esquecimentos, teus joelhos
cansados de abafar a melodia da sinceridade.
Tuas verdades dilatadas no pescoço
das insanidades.
A angústia subiu as ladeiras e desapareceu
depois que te re-conheci
como o último vento que me tremeu.
Os terríveis deuses da palavra proferida
sem responsabilidade acertarão as contas
com minha poesia, com tua poesia,
e assim --- haverá o retorno da luz,
o rosto será livre, iluminado, não
haverá mais óculos escuros
para se eximir da claridade.
"Você merece o céu e as estrelas, jamais a escuridão"
(anônimo)