Lucubrando
Estou assim, sem fortaleza,
Sem tempo, sem vontades nem desejos;
Estou assim, meio vago, meio vesgo;
Estou assim, sem realejos,
Sem coretos, sem praças.
Só vidros-fumês, fumaças;
Gente passando com pressa,
Chegando, ou partindo; não sei. Gente sem graça;
E eu, assim, sem letras, sem palavras, sem versos.
E esse vazio que toma conta de mim,
Sem ecos, vultos sem formas;
Ou será sem poesias? Nem isso eu sei.
Será que pisei na bola?...será que passei da conta?
Será que chegou a hora?